Aldous Huxley, os corvos e as cores

Quando percebi que o Théo tinha escolhido, na biblioteca pública, um livro de Aldous Huxley, fiquei desconfiada. Afinal, o que será que o autor de “As portas da percepção”, livro que inspirou Jim Morrison ao nomear a banda “The Doors”, teria escrito para crianças?
“Os corvos de Pearblossom”, único livro infantil de Huxley, foi escrito especialmente para uma sobrinha do escritor, nos anos 40. Lindamente ilustrado por Beatrice Alemagna e traduzido por Luiz Antonio Aguilar em sua primeira edição brasileira, o livro começa com o tradicionalíssimo “Era uma vez...”. Na história, um casal de corvos não consegue procriar porque uma cobra devora seus ovos e o personagem “Ancião Coruja” propõe uma solução para o problema.
Quando li para o Théo pela primeira vez, ele nem piscou. E a história é longa. Depois ele contou a história folheando o livro e pediu para o papai ler para ele também. Mas o que mais me impressionou foi a sensibilidade dele com as ilustrações. “Nossa, mamãe, esse livro tem pouca cor, né?” – comentou. Perguntei se ele achava bonito e ele disse que sim.

As ilustrações desse livro utilizam, predominantemente, tons terrosos, preto, cinzas e verde, com poucos detalhes em cores quentes. E isso chamou a atenção do Théo. Depois coloquei o livro lado a lado com outra publicação, da Turma da Mônica, para evidenciar a diferença. Ele gosta muito de gibis também. Gostei demais do comentário dele sobre as ilustrações e o livro infantil do Aldous Huxley foi um achado. Recomendamos!

Comentários