A argila e os heróis


Théo sempre gostou muito de heróis. Ele ainda “entra” na fantasia de Batman que ganhou aos dois anos (ele já vai fazer cinco) e de vez em quando fica desfilando com ela pela casa, pela rua, por aí. Mas a máscara, ele só coloca à noite. “Ela só ‘gluda’ no meu rosto e eu me transformo no homem vampiro se for de noite, de dia não funciona, que nem no filme do Máskara”. Adoro essas misturas que ele faz entre as histórias que ouve, assiste, vê.
Como sempre, também este ano eu aproveitei para comprar alguns materiais a mais na hora de providenciar o material escolar, para usarmos em casa. Fazia algum tempo que o Théo não brincava com argila. Ele ficou muito feliz quando viu o pacote e logo começou a ter ideias.
Primeiro, fizemos dois bonecos. Depois, ele fez uma piscina para cada um deles. Esperamos por dois dias até secar, daí pintamos. “Mamãe, já sei, agora vamos fazer super-heróis de argila!”
Lá fui eu comprar mais argila e assim fizemos. Eu perguntei quais heróis ele queria fazer, ele ficou pensando e respondeu: “Vamos fazer o Batman, o Lanterna Verde, o ‘Flecha’ (The Flash), a Mulher Maravilha e...” daí ficou alguns minutinhos pensando. “Ah, e o Super Homem! Vamos fazer toda a Liga da Justiça!”.
E não é que um pacote de argila deu certinho? Mais uma vez, esperamos dois dias e depois pintamos. “Eu pinto o Batman e o Super Homem, você pinta os outros”. Precisei de ajuda com o Lanterna Verde, não sabia como era a máscara dele. “Não é como a do ‘Flecha”, mamãe, é só nos olhos”. Agora a “Liga da Justiça” fica em reunião no meu escritório, bem no meio da mesa. De tempos em tempos, o Théo passa por ali e muda a posição deles, quebra um pedacinho aqui, despenca uma cabeça ali... nada que não dê para resolver. “Se quebrar tudo a gente faz eles de novo, não tem problema”. É isso mesmo.   

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