O imaginário infantil é muito mais rico do que se imagina. Nessa peça, o lobo mau não usa máscara, nem mesmo qualquer tipo de fantasia. A atriz simplesmente incorpora o personagem ao usar um chapéu e isso basta para que quase todas as crianças na plateia peçam colo. Teve até choro quando o “lobo” apareceu.
Entre essa peça e a dos 3 porquinhos, assistimos a dois espetáculos em Osasco: A dama e o vagabundo e A bela e a fera. Ambas eram cópias fiéis dos filmes da Disney. Como o Théo não assistiu ao filme correspondente à primeira peça, não aproveitou muito a experiência. Já durante A bela e a fera, ele fazia comparações constantemente com a versão cinematográfica da história. “Mamãe, por que o vestido da Bela não é amarelo?”. E também lembrava das características dos personagens. “Eu não tenho medo da fera, mamãe, porque a fera é legal, o ‘bobalhão’ (Gaston) é que é malvado”.
Voltando à peça da Chapeuzinho Vermelho, um outro momento em que muitas crianças literalmente saltaram nos colos das mamães e papais durante a apresentação foi quando o caçador “abriu” a barriga do lobo mau. Achei genial a sacada de transformar o armário em “barriga”, fazendo uma simbiose entre a versão original da história, em que as personagens são engolidas pelo vilão, e a adaptação da Disney, onde a vovozinha e a Chapeuzinho Vermelho, ao invés de serem comidas pelo lobo, se escondem no armário. “Mamãe, cadê a Chapeuzinho Vermelho?”, ele perguntou, apreensivo, enquanto o caçador procurava por ela “dentro da barriga do lobo”.
Como se não bastasse, depois do teatro e de um lanchinho rápido passamos horas em uma oficina de cerâmica para crianças, onde eu imaginava que o Théo não ficaria mais do que alguns minutos. “Eu gosto de brincar com argila, mamãe, eu gosto. Faz um lobo mau?”. Como o tema da oficina eram lendas do folclore nacional, fizemos, entre outros personagens, um lobisomem, que não deixa de ser um lobo mau.
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