O Théo gostou tanto da exposição “Os irmãos: o Xingu dos Villas Bôas”, no SESC Pompéia, que deu um belo escândalo na hora de ir embora. Queria, assim como quando está na hora de ir para a escola de manhã, “ficar mais um pouquinho”.
A exposição me parece um ótimo exemplo de como a tecnologia e a história, aquela que no meu tempo de escola se escrevia com H maiúsculo, podem se complementar. A interatividade desperta o interesse e a curiosidade sobre diferentes povos e culturas.
As canoas instaladas para as crianças simulam a navegação dos índios pelo Xingu, com sons da mata e água de verdade, que também pode ser tocada e sentida pelos pequenos. "Escuta o grilo, mamãe, que nem o que a gente ouviu lá em Jarinu, mas grilo a gente não vê, só ouve".
A farinha de tapioca onde são projetados textos, vídeos e fotografias sobre a vida dos povos do Xingu pode ser tocada, revirada, manipulada e até mesmo ingerida na exposição. "Mas eu não quero comer essa areia que faz luz, mamãe", retrucou o Théo, depois que a monitora explicou que não se tratava de areia.
Uma projeção dentro de um helicóptero antigo mostra imagens captadas pelos Villas Bôas em vôos panorâmicos sobre o Xingu. Também há um espaço para assistir depoimentos de índios projetados na água e diversas histórias contadas na forma de textos e objetos que fizeram parte da trajetória dos exploradores. Eu não sabia, por exemplo, que eles tiveram que passar por analfabetos para serem aceitos em sua primeira expedição, onde tinham prioridade trabalhadores rurais. Mas o Théo queria mesmo era por a mão na massa, ou melhor, na farinha de tapioca. "Mamãe, quero ir de novo no barco e na areia que faz luz".
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