Nada disso é real?

Fomos assistir há alguns dias à peça "Burundanga - a revolução do baixo ventre", da Damião e Cia de Teatro. No começo o Théo não gostou muito da peça, mas aos poucos foi se interessando. "Foi muito bom", avaliou no final.
Inevitavelmente, o momento do país, entre os turnos de uma eleição, se relaciona com o tema da apresentação. Trata-se de um golpe de estado perpetrado por dois andarilhos, falsos militares, em troca de comida. Algumas referências a políticos foram inseridas inteligentemente no roteiro pelo grupo.
Em determinado momento, um dos personagens chama outro, que é um deputado, de "coiso". Além disso, a ausência em debates e a disseminação de notícias falsas também foram mencionadas.
Eu e o Théo concordamos que o momento mais marcante foi a música cantarolada pelos atores no final, que diz:
 "Mas pode ficar tranquilo, meu irmão, que nada disso é real
Esquentai vossos pandeiros, solte uma risada, que é carnaval"
Essa estrofe final da música é cantarolada três vezes pelo elenco, sempre baixando um pouco o volume da voz, à capela. O silêncio do público, depois de uma peça com muitas risadas, foi total nesse momento.
Após os agradecimentos, um dos atores leu um manifesto do grupo, a favor da cultura, da democracia e da tolerência.
Foram muito aplaudidos, inclusive por nós. A exceção foi um senhor que gritou "Fora PT" mas foi solenemente ignorado pelo restante da plateia e também pelos atores.

A peça pode ser assistida na íntegra no canal do grupo no You Tube:

 

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